20 milhões são liberados pelo Ministério da Saúde para pesquisas em alimentação e nutrição

Generic placeholder image

Os estudos visam melhorar o conhecimento sobre a situação alimentar e nutricional da população e a produção de estratégias de promoção da saúde, principalmente entre crianças e adolescentes.

O Ministério da Saúde, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC), lançou nesta segunda-feira (10) três editais de pesquisa relacionadas à alimentação e nutrição dos brasileiros. O financiamento de R$20 milhões pretende melhorar o conhecimento da situação da população e a produção evidências e estratégias de promoção da saúde.

Nas últimas décadas, a população brasileira passou por grandes transformações sociais que resultaram em mudanças no padrão de saúde e alimentação, trazendo novos desafios para as políticas públicas, como o aumento do excesso de peso, obesidade e doenças crônicas. Ao mesmo tempo, o país ainda lida com problemas históricos como carências de micronutrientes, principalmente entre as crianças.



“É fundamental conhecermos, a fundo, os atuais hábitos alimentares e o estado de saúde dos brasileiros. Estas pesquisas nos ajudarão a planejar, de forma mais eficaz, as políticas de públicas. Assim, será possível conscientizar a população e evitar o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão”, observa o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Os editais abrangem diferentes frentes, sendo um deles o Inquérito Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil, com o maior financiamento, de R$15 milhões A pesquisa terá três eixos de avaliação: consumo alimentar; antropometria e avaliação bioquímica das carências de micronutrientes.

O segundo, com financiamento de R$5,6 milhões, irá apoiar projetos de pesquisa que visem contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação do país. Serão contemplados diferentes temas, incluindo obesidade, promoção da alimentação adequada e saudável, organização da atenção nutricional, regulação de publicidade infantil, taxação e rotulagem de alimentos, qualidade de dados antropométricos e avaliação de e/ou estratégias programas relacionados à saúde pública.

Haverá ainda verba de R$400 mil para revisões sistemáticas da literatura em que serão contemplados estudos sobre obesidade, prevalência da deficiência de micronutrientes e intervenções efetivas para prevenção e controle da deficiência de micronutrientes.

O edital estará disponível na página oficial do CNPq, onde também deverão ser inseridas as propostas de pesquisadores interessados.

PROMOÇÃO DA SAÚDE – O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. No Brasil, 33,5% das crianças, de cinco a menores de nove anos, apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares, POF 2008-2009. O mesmo percentual atinge os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos com sobrepeso (33,5%), sendo que 8,4% estão obesos, segundo o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, ERICA -2015.

Já a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) aponta que, em 10 anos, a prevalência da obesidade passou de 11,8%, em 2006, para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros. Excesso de peso também cresceu entre a população. Passou de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016, estando  presente em mais da metade dos adultos que residem em capitais do país.

Assim que assumiu o Ministério da Saúde, Ricardo Barros proibiu, dentro das dependências do Ministério a venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados. A pasta também participa da portaria de Diretrizes de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável nos Serviço Público Federal, que orienta formas da alimentação adequada e saudável nos ambientes de trabalho do serviço público federal.

O Ministério da Saúde também adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. O objetivo é reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em, pelo menos, 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.

Outra ação que contribui para a promoção da alimentação saudável é o Guia Alimentar para a População Brasileira, que orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável.

Por Gabriela Rocha, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
(61) 3315- 2918/ 3580

 

Fonte: Portal da Saúde