No Brasil, 15% das pessoas levam a mão à cabeça e fazem caretas de dor com frequência: é a crise de enxaqueca que não perdoa eventos sociais, dias importantes no trabalho ou férias com a família. Quem sofre com esse problema, visita o médico para procurar a melhor medicação para controlar a dor e já recebe a recomendação: é preciso parar a dor ainda no início, pois, se ela se alastrar, vai demorar muito mais para um medicamento fazer efeito.
Tensão pré-menstrual, influência hormonal – como as pílulas anticoncepcionais – e até alguns alimentos podem desencadear uma crise. Mais frequente entre mulheres na faixa dos 20 aos 35 anos, felizmente há tratamentos que aliviam bastante essa dor incapacitante.
O neurologista do Hospital e Maternidade São Luiz, Álvaro Pentagna, tira algumas dúvidas sobre enxaqueca:
– Quais são os sintomas mais comuns de quem sofre com enxaqueca?
O sintoma mais característico da enxaqueca é aquela dor de cabeça latejante geralmente de apenas um lado da cabeça. Náuseas e sensibilidade à luz e ao barulho também podem ser comuns.
– O que dá para fazer para prevenir?
Um bom estilo de vida conta muito. Uma alimentação saudável, com frutas, legumes e verduras, pouco – ou nenhum – alimento industrializado, praticar atividade física com regularidade, controlar o estresse e dormir bem ajuda a prevenir as crises. Repare: depois de uma noite mal dormida, muitos reclamam que a cabeça está latejando.
– Por que alguns tipos de comida podem provocar crises de enxaqueca?
Ainda é um mistério para os médicos o motivo de alguns alimentos serem desencadeadores de crises, mas, se a pessoa sente que, ao comer determinado alimento a crise vem, é melhor retirá-lo da dieta.
– Quais são esses alimentos?
Cada pessoa tem sua sensibilidade individual aos alimentos, mas os que recebem mais queixas após o consumo são embutidos, chocolates, laticínios, bebidas alcoólicas (especialmente o vinho tinto) e aquelas com cafeína, como café, chá mate, chá verde e preto. Os alimentos ricos em glutamato monossódico também são vilões para muitos enxaquecosos. Alguns alimentos cítricos (laranja, limão) podem causar crises de enxaqueca em algumas pessoas.
– Quem sofre mais, homem ou mulher?
Mulheres, por causa das mudanças hormonais, são as que mais sofrem. Os sintomas podem surgir já na puberdade e aumentar entre os 20 e 35 anos. Além disso, a enxaqueca feminina pode ser genética, transmitida de mãe para filha.
– As oscilações hormonais nas mulheres podem provocar enxaqueca?
Sim. A TPM é o período em que as mulheres reclamam mais. A queda da progesterona, acredita-se, pode provocar a dor antes da menstruação. Já as mulheres que têm enxaqueca com aura (um tipo mais grave de enxaqueca) devem tomar mais cuidados, já que o uso de anticoncepcional hormonal não é recomendado. O cigarro também deve ser banido, já que esse tipo de enxaqueca aumenta o risco de a mulher sofrer um AVC.
– É verdade que gestantes tem enxaqueca tanto quanto as mulheres na menopausa?
Durante a gravidez, o quadro de enxaqueca costuma melhorar ou, pelo menos, permanecer igual. Já na menopausa, as mulheres param de ter enxaqueca devido às alterações hormonais.
– O que dá para fazer durante uma crise?
Recomenda-se ir para um local silencioso e escuro e tomar o remédio para alívio da dor o quanto antes.
– Como é feito o tratamento?
Existem dois tipos de tratamento para a enxaqueca: um deles visa acabar com a dor pontualmente, ou seja, o medicamento (anti-inflamatírios e analgésicos) é usado sob demanda; enquanto o outro é de caráter preventivo, ou seja, o medicamento deve ser usado diariamente (com ou sem dor) a fim de evitar ou minimizar a intensidade do quadro. Neste caso, os remédios prescritos costumam ser antidepressivos, anticonvulsivantes, anti-hipertensivo, antivertiginos entre outros.
Fonte: saude.ig.com.br