O Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Lacen-RN) registrou um aumento de 121% nos testes positivos para a Covid no último mês de outubro em comparação com setembro.
No mês de outubro, 1.973 exames deram resultado positivo, segundo o Lacen. Em setembro, haviam sido 891 exames.
O número de exames realizados – independente do resultado – também aumentou: foram 9.295 realizados em outubro contra 7.183 feitos em setembro, o que representa um crescimento de 29,4%.
Mas não foi apenas uma maior quantidade de pessoas testadas que contribuiu para o crescimento no número de casos, já que a taxa de resultados positivos também cresceu: foi de 21,2% em outubro e tinha sido de 12,4% em setembro.
De acordo com o Laboratório Central, a média de exames realizados atualmente tem sido de 400 por dia.
O número, apesar de ser distante dos períodos mais críticos da pandemia, como em maio deste ano, quando o Lacen realizava até 2 mil exames diários, serve como termômetro.
“Nada se compara ao início desse ano no qual nós tivemos dias que liberamos mais de 2 mil resultados. Mas a gente fica alerta para esse final de ano”, explicou Derley Galvão, diretor administrativo do Lacen.
“Quando a gente percebe a taxa de aumento dos leitos clínicos e de UTIs e o aumento de solicitação de exames, a gente percebe que há um aumento de casos realmente. Não é algo alarmante ao ponto do início do ano, mas precisamos ficar vigilantes”.
O aumento reflete também nos dados gerais da pandemia no estado. Em outubro, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) registrou 5.065 casos positivos de Covid no RN, quase 1,5 mil a mais que os 3.586 de setembro. O número de mortes, no entanto, foi o menor desde abril de 2020: 60.
UTIs com ocupação acima de 50%
Assim como houve um aumento de casos, as UTIs voltaram a ter uma taxa de ocupação acima de 50%, no último dia 2 de novembro, após três meses de queda. Nesta quinta-feira (4), a taxa está 52%, segundo o Regula RN.
UTIs Covid RN — Foto: Ariel Dantas
A última vez que o RN tinha atingido tal marca foi em 22 de julho. A diferença daquele momento para o cenário atual é a redução no número de leitos específicos, iniciado pelo governo do RN através da reversão deles para outras doenças, após uma melhora nos índices da pandemia e o avanço da vacinação.
m julho, haviam 172 leitos ocupados dos 341 disponíveis. Atualmente são 88 ocupados de 169.
No dia 2 de outubro, há cerca de um mês, estado chegou a 21,5% de ocupação, a menor ocupação já registrada desde o início da pandemia – esse número tinha sido batido antes no fim de setembro.
Esse aumento de internações nas últimas semanas, segundo o pesquisador Leonardo Lima, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), se deve principalmente às pessoas não vacinadas.
“Esse aumento é especialmente na população que não tomou a vacina. Então é importante reforçar essas pessoas que não tomaram a primeira dose e que não completaram o esquema vacinal. Porque é esse grupo que está adoecendo em casos moderados e graves e que eventualmente ainda continua indo a óbito aqui no nosso estado”, falou.
Uso de máscaras
Recentemente, o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da UFRN informou que vai recomendar à Sesap a flexibilização no uso de máscaras em locais abertos quando 70% da população adulta do Rio Grande do Norte estiver vacinada com as duas doses.
A previsão é de que isso aconteça neste mês de novembro. Atualmente, segundo o RN+ Vacina, 56% da população adulta está vacinada.
Apesar da recomendação, a Sesap emitiu um comunicado em que se disse contra essa medida neste momento, considerando que é cedo pensar nessa flexibilização.
No último dia 29, o governo alertou sobre o aumento do número de casos e solicitou que a população conclua a imunização contra a Covid-19. Mais de 200 mil potiguares não foram tomar a segunda dose da vacina.
Segundo o pesquisador Leonardo Lima, do LAIS, gestores estaduais e municipais podem, através de RN+ Vacina iniciar uma busca ativa para encontrar os atrasados.
“Os gestores estaduais e municipais podem utilizar essa ferramenta pra realizar uma busca ativa e identificar aqueles que não completaram o esquema vacinal, que tem a dose em atraso”, disse.