De acordo com o mais recente boletim epidemiológico emitido pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) foram notificados, até ontem, 181 casos de microcefalia, suspeitos de estarem relacionados ao Zika vírus. Destes, 178 são de nascidos vivos, três diagnósticos intra-útero e 12 óbitos.
Os casos notificados sob investigação estão distribuídos em 48 municípios, sendo, destes, 60 (33,1%) residentes em Natal, 18 (9,9%) em Mossoró, 14 (7,7%) em Parnamirim, 11 (6,1%) em 11 em Ceará Mirim e 75 (42,1%) nos demais municípios do estado.
A Sesap continua recomendando aos municípios que notifiquem imediatamente os casos suspeitos ou confirmados, conforme o protocolo Nacional e Estadual e que a população esteja ainda mais atenta no combate ao mosquito Aedes Aegyptae, vetor transmissor do Zika vírus, dengue e chikungunya.
Na última terça-feira (12) a Sesap divulgou o resultado de um exame que confirma a relação entre a microcefalia e outras malformações ao Zika vírus. A hipótese ficou confirmada em quatro casos estudados pelo Centro de Prevenção e Controle (CDC), nos Estados Unidos.
No dia o Ministério da Saúde informou que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus Zika em recém-nascidos foram notificados no país entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro. O boletim também traz a confirmação de que a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação no Rio Grande do Norte foram em decorrência do vírus Zika.
O ministério ainda investiga se a morte de outros 46 bebês com microcefalia na região Nordeste também tem relação com o Zika.
As notificações da malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 unidades da federação. O estado de Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país.
Em seguida, estão os estados da Paraíba (569), Bahia (450), do Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), de Sergipe (155), Alagoas (149), do Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).
Transmitido pelo Aedes aegypti, o vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros registros feitos pelo Ministério da Saúde em maio de 2015. O que se sabia sobre a doença, até o segundo semestre de 2015, era que sua evolução é benigna e que os sintomas são mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya, transmitidas pelo mesmo mosquito.
Porém, no dia 28 de novembro, o ministério confirmou que, quando gestantes são infectadas por esse vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma malformação irreversível do cérebro, que pode ser associada a danos mentais, visuais e auditivos.
A microcefalia não é uma malformação nova, é sintoma de algum problema no organismo da gestante e do bebê, e pode ter diversas origens, como infecção por toxoplasmose, pelo citomegalovírus e agora ficou confirmado que também pelo vírus Zika. O uso de álcool e drogas durante a gravidez também pode levar a essa condição.
Fonte: Portal Novo Jornal