A reflexão em torno do tema tecnologia, especialmente mídias digitais, ganha cada vez mais espaço na sociedade. Tantas preocupações e questionamentos em torno do assunto têm sido gerados principalmente pelas aceleradas transformações sociais e atitudes, muitas vezes, inadequadas que surgem. Diante do importante papel de formar sujeitos críticos, a escola ocupa o lugar de também abrir este debate e incorporá-lo na rotina escolar. A partir disso, o mestrando em mídias digitais da UFRN, Dilson Florêncio Rodrigues, foi convidado a dialogar com alunos do 5º ao 9º ano da Casa Escola, em Natal, sobre as responsabilidades do cidadão no uso da internet. Com olhares atentos à apresentação, os estudantes fizeram reflexões pertinentes sobre as acessíveis tecnologias.
“Nos tempos em que é possível expor a si e ao outro em rede com tanta facilidade, as iniciativas no ambiente escolar precisam reforçar as práticas educativas para que alunos sejam capazes de posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais. As mídias digitais não podem ficar de fora deste contexto”, acredita Ana Priscila Griner, diretora do Instituto Educacional Casa Escola.
Um dos temas discutidos foi o Cyberbulliyng, uma expressão americana que significa humilhar, maltratar, constranger ou agredir uma pessoa no espaço virtual. “Essa prática é considerada criminosa e afeta a vida real das pessoas. Pensem antes de dizer ou publicar algo, a internet é um universo de possibilidades que pode tanto construir como desconstruir. Reflitam se gostariam que fizessem com vocês algo que lhes magoasse ou até mesmo prejudicasse”, aconselhou Rodrigues.
Os alunos ainda tiveram a oportunidade de conhecer as leis que regem a internet. “Qualquer pessoa pode processar outra que veiculou, por exemplo, sua fotografia sem autorização. Se a criança ou adolescente fizer algo de errado, por ser menor de idade, o pai é quem responderá pelo erro”. A aluna Maria Eduarda, do 7º ano, ilustrou essa fala do mestrando com o caso recente da adolescente vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro. “Os criminosos vão pagar na justiça pelo estupro e a pena será ainda maior porque expuseram a menina em um vídeo nas redes sociais”, disse.
Ações como essas, de esclarecimento e reflexão, ajudam a formar cidadãos mais conscientes e, consequentemente, contribui para a formação de uma sociedade mais construtiva e responsável. Além disso, adolescentes que fazem mal uso da internet passam a rever suas atitudes. “Quando descobrimos que algum aluno vem praticando o Cyberbulliyng, agimos imediatamente com o diálogo, a participação da família, cuja parceria é muito importante, e até usamos outros meios como o estudo de textos, análise de casos antes ocorridos e promovemos conversas em grupo, como essa que realizamos com o palestrante. Ainda, pedimos que o estudante escreva um texto analítico a partir de perguntas que elaboramos, pesquise sobre as leis existentes e tome ciência das possíveis implicações de tal ação inadequada. São práticas educacionais que trazem efeitos reparadores e de percepção”, explicou o coordenador Jorge Raminelli.
Fonte: Portal G1 RN